terça-feira, 14 de agosto de 2007

O que Prada ensina


Como havia prometido em um dos posts anteriores, aqui estão fragmentos do texto sobre as lições que podemos tirar do filme "O Diabo Veste Prada":

"Andrea demonstra qualidades indispensáveis para qualquer profissional que deseja sucesso no mundo corporativo: equilíbrio emocional para aceitar os ataques da colega Emily, além de maleabilidade e flexibilidade dentro de universo com o qual não se identificava (divas da moda magérrimas, batendo seus saltos altos pelos corredores da redação).

É um exemplo de que as pessoas são adaptáveis e, quando querem, conseguem superar os próprios limites. Depois que Andrea foi colocada frente ao desafio, recusou-se a fracassar, um ponto fundamental para quem deseja vencer.

Como assistente pessoal de Miranda, Andrea vê-se forçada a suportar toda uma série de abusos, realizando tarefas como encomendar-lhe o almoço, tratar-lhe da roupa suja, fazer-se de motorista para a cadelinha, preparar-lhe as viagens… A funcionária é obrigada a estar disponível à chefe nas 24 horas do dia, sem jamais receber um elogio. Para piorar, a arrogante e insegura assistente Emily, que enxerga em Andrea uma ameaça ao seu emprego, lhe atribui críticas e menospreza suas habilidades – problemas a que todos estamos sujeitos, principalmente no início do emprego. Ao final, Andrea consegue conquistá-la (outra habilidade necessária para manter o bom relacionamento inter-pessoal no dia-a-dia).

Diante do abuso de poder praticado por Miranda (motivo que, no mundo real, tem rendido uma série de processos para as organizações por assédio moral), Andrea acaba anulando sua vida pessoal na medida em que os pedidos da chefe, sempre emergenciais, tornam-se cada vez mais absurdos, a qualquer hora do dia ou da noite. Ela se adapta de tal forma que vive uma mudança radical, tanto física quanto comportamental.

Nota-se que a jovem personagem tinha obsessão pela sua carreira. Quando percebe que poderia transformar todos aqueles desafios em oportunidades, doa-se de corpo e alma. Talvez ainda não tivesse entendido que para isto tudo tinha um preço a pagar. A pergunta é: será que um ano de sacrifício ao serviço de um "diabo" que veste Prada não é um preço demasiadamente alto? Este é um drama presente na vida de muitas pessoas.

O filme ensina, além da importância da preparação na busca de um emprego, que nem tudo vale a pena para mantê-lo. Perseverança, dedicação, humildade, seriedade e honestidade são fatores muito relevados no mundo corporativo, mas nada deve ultrapassar o limite de nossa dignidade e integridade."

"Ah, vida real, um dia eu troco de canal..." Essa é uma batalha diária.

Fonte: Texto de Maria Bernadete Pupo – publicado na Revista VENCER!

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